Curvatura Peniana

A palavra "curvatura" descreve qualquer tipo de parte do corpo curvada. É comum que um pénis ereto esteja ligeiramente curvado. A curvatura peniana, contudo, descreve um pénis ereto com uma curva abrupta, que pode causar dor e interferir no ato sexual. Alguns homens nasceram com esta condição (curvatura peniana congénita), enquanto que outros, esta foi-se desenvolvendo ao longo do tempo. A curvatura peniana que se desenvolve mais tarde, no decorrer da vida, designa-se de Doença de Peyronie.

O diagnóstico e o tratamento são semelhantes para a curvatura peniana congénita e para a doença de Peyronie. Não existe uma função ou ângulo de curvatura específico que exija tratamento. A estética pessoal, a dor e a incapacidade de ter relações sexuais são razões para o tratamento.

O que causa a curvatura peniana?

A curvatura congénita está associada a outros problemas dos órgãos genitais e geralmente é reconhecida durante a primeira infância. O pénis ereto sempre esteve curvado. Normalmente, o pénis está curvado para baixo, e isso é visível assim que um jovem se torna sexualmente maduro.

A doença de Peyronie é considerada um distúrbio na cicatrização de feridas. Poderá sentir dor no seu pénis e/ou poderá sentir endurecimento do tecido à medida que a curva se forma. Em algum momento, durante o ato sexual ou outra atividade, o pénis foi lesado e os tecidos não cicatrizaram corretamente. Tecido cicatricial em excesso forma-se na camada (túnica albugínea) que envolve o tecido eréctil esponjoso (corpo cavernoso), o que faz com que se acumule muito colagénio, formando uma placa fibrosa no pénis.

Os seguintes fatores são mais comuns entre homens com a doença de Peyronie do que a restante população: diabetes, hipertensão, colesterol elevado ou outros distúrbios lipídicos (gordura), estilo de vida, especialmente tabagismo e consumo excessivo de álcool, disfunção eréctil (a ereção de baixa qualidade torna o pénis mais propenso a curvar-se), estreitamento das artérias que fornecem sangue ao coração, contractura de Dupuytren, que faz com que um ou mais dedos permaneçam dobrados na palma da mão, entre outros.

Na doença de Peyronie, acredita-se que repetidas lesões e traumatismos causam inflamação no pénis. Os tecidos que circundam os corpos inchados do pénis não curam adequadamente, causando a formação de uma placa fibrosa (fibrose). No início (primeira fase), poderá sentir dor e nódulos sob a pele. Ao longo de vários meses, notará uma curvatura do pénis e a formação de uma placa dura (segunda fase). Embora a dor diminua e desapareça quase por completo, a curvatura resultante pode causar ereções dolorosas e pode impedir a penetração sexual e o coito.

Os sintomas podem incluir: dor no pénis, endurecimento do tecido do pénis que pode ser sentido através da pele, ereções pouco rígidas ou dolorosas, diminuição da libido, baixa autoestima e sentimentos depressivos.

Em alguns casos, a curvatura e a dor são tão intensas que deixa de ser possível manter relações sexuais.

Após a primeira fase inicial, a curvatura estabiliza em cerca de dois terços dos doentes no espaço de vários meses. Em alguns doentes (cerca de 5%), a doença de Peyronie desaparece sem ser tratada.

Infelizmente, não existe cura para a doença de Peyronie, mas está disponível uma série de opções de tratamento. O sucesso pode depender da gravidade do problema, da idade e do empenho no tratamento escolhido.

Alguns homens com a doença de Peyronie (cerca de 13 em 100) desenvolvem placas fibrosas noutras partes do corpo, sendo as mais comuns as mãos e os pés. A contractura de Dupuytren, que faz com que um ou mais dedos permaneçam dobrados sobre a palma da mão, está relacionada com a doença de Peyronie. Não está claro o que causa a formação de placas ou por que os homens com a doença de Peyronie são mais propensos a desenvolver a contractura de Dupuytren.

Tratamento com medicamentos

Os tratamentos com medicamentos são habitualmente utilizados em doentes em que a doença sem encontra numa fase inicial ou para doentes que não estão aptos ou não querem ser submetidos a cirurgia. Os objetivos do tratamento com medicação incluem a redução da dor, da formação de placa e a minimização da curvatura do pénis. Embora estejam disponíveis muitas opções com medicamentos, estas podem não funcionar.

A cirurgia está reservada para homens com deformidades penianas graves e incapacitantes, que dificultam ter relações sexuais. A maioria dos profissionais de saúde sugere adiar a cirurgia até que a doença tenha deixado de se agravar, e o doente não tenha dores há, pelo menos, 3 meses. A cirurgia poderá corrigir a curvatura do seu pénis, mas implica riscos. O tipo de cirurgia dependerá da sua condição. O seu médico terá em consideração: 

  • A sua preferência pessoal
  • A localização do tecido cicatricial
  • A gravidade dos seus sintomas
  • A resposta à medicação em caso de função eréctil
  • O comprimento do pénis.

Se o tratamento médico não resolver a disfunção eréctil, o seu médico poderá recomendar uma prótese peniana. Para homens com a doença de Peyronie e disfunção eréctil moderada a grave, uma bomba de vácuo ou próteses de silicone moldáveis colocadas no interior do pénis geralmente irão endireitá-lo e permitir que este fique suficientemente rígido para a relação sexual.

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