Litíase / Cálculos (Pedras)

Um cálculo ("pedra") é uma massa sólida e dura, que pode formar-se na vesícula biliar, na bexiga e/ou nos rins. Estes tipos de pedras têm causas diferentes e são tratados de formas diferentes. As pedras nos rins formam-se quando os minerais ou sais da urina cristalizam.

Qualquer pessoa pode desenvolver uma pedra nos rins durante a sua vida, já que esta pode formar-se se houver um desequilíbrio na forma como o seu corpo produz urina, o que pode estar relacionado com a quantidade de líquidos que ingere e se existem substâncias na sua urina que desencadeiem a formação do cálculo. Muitas vezes, vulgarmente os doentes associam cálculos renais e ureterais a dor. No entanto, os sintomas podem variar de dor intensa a nenhuma dor, dependendo das características do cálculo, nomeadamente o tamanho, a forma e a localização do mesmo no trato urinário.

O tratamento depende do tipo de cálculo, da sua gravidade e da duração dos sintomas. Existem diferentes tratamentos à escolha, pelo que é importante conversar com o seu médico sobre o que é melhor para si.

Terapêutica médica expulsiva

O seu médico poderá prescrever medicamentos para ajudar a acelerar a passagem da pedra e limitar a dor enquanto se esta se desloca. A isto chama-se Terapêutica Médica Expulsiva (TME ou MET - Medical Expulsive Therapy), sendo mais eficaz para cálculos uretrais. Durante a TME, deverá consultar regularmente o seu médico, consoante a frequência por ele recomendada. O médico necessita de verificar se o cálculo continua em movimento e se os seus rins continuam a funcionar correctamente.

Tratamento activo de cálculos

Os cálculos renais ou uretrais devem ser tratados se causarem sintomas ou se clinicamente assim se justificar. Existem três formas comuns de remover cálculos: litotrícia por ondas de choque (LEOC ou SWL - shock-wave lithotripsy), ureteroscopia (URS - ureteroscopy) e nefrolitotomia percutânea (NLP). A melhor opção de tratamento activo para si depende de muitos aspectos, devendo todos estes aspectos ser discutidos com o Doente sendo que a litotrícia extra-corporea tem perdido espaço para as cirurgias cada vezes mais precisas e menos invasivas.

Quando ocorre uma cólica renal?

Se a pedra bloquear o fluxo normal de urina através do uréter, experienciará dor intensa, conhecida como cólica renal, que consiste numa dor aguda na região lombar e no flanco (região lateral do tronco, das costelas à anca). Também poderá sentir dor na virilha ou na coxa. Os homens também podem sentir dor nos testículos. Outros sintomas que podem acompanhar a cólica renal são: náuseas, vómitos, sangue na urina, dor ao urinar, febre, entre outros.

A cólica renal é uma situação de urgência, pelo que deverá contactar o seu médico de família ou o hospital mais próximo para avaliação e tratamento. Em caso de febre, poderá mesmo constituir uma emergência!


A LEOC é realizada com uma máquina capaz de fragmentar cálculos a partir do exterior do corpo. Para fragmentar o cálculo, as ondas de choque concentradas (impulsos curtos de ondas sonoras de alta energia) são transmitidas para o cálculo através da pele. O cálculo absorve a energia das ondas de choque, fragmentando-se em pedaços mais pequenos. Os fragmentos do cálculo passam com a urina nos dias ou semanas após o procedimento, não estando o Doente livre de desenvolver cólicas renais e de estes fragmentos ficarem bloqueados no ureter.

A NLP é uma cirurgia para remover cálculos de grandes dimensões directamente do rim. A vantagem é que mesmo cálculos muito grandes são removidos numa única operação.

A URS é um tipo de tratamento cada vez mais comum, e com cada vez maiores taxas de sucesso em virtude da qualidade tecnológica dos Ureterorrenoscopios de última geração disponíveis no mercado. Este procedimento cirúrgico minimamente invasivo é realizado com um endoscópio de pequeno calibre que através de um orifício natural por onde o doente urina consegue alcançar o rim se tal se justificar para o tratamento da pedra. As taxas de sucesso são muito elevadas, e o risco de complicações é reduzido.

Uma vez sob o efeito da anestesia, o médico introduz o endoscópio na sua bexiga através da uretra, sem qualquer incisão. O cálculo é muitas vezes fragmentado com o auxílio de lasers e removido com ajuda de cestas sob o controlo endoscópico e fluoroscópico do Cirurgião Urologista.

Para além da história clínica e do exame físico, são muitas vezes efetuados exames de imagiologia para localizar o cálculo, como por exemplo a ultrassonografia (também conhecida como ecografia), que utiliza sons de alta frequência. Para além da ultrassonografia, poderá necessitar de um raio x do trato urinário. Outro método comum de diagnóstico é a tomografia computorizada (TC), que consegue mostrar claramente o tamanho, a forma e a espessura do cálculo.

O seu médico poderá prescrever medicamentos para ajudar a acelerar a passagem da pedra e limitar a dor enquanto se esta se desloca. A isto chama-se Terapêutica Médica Expulsiva (TME ou MET - Medical Expulsive Therapy), sendo mais eficaz para cálculos uretrais. Durante a TME, deverá consultar regularmente o seu médico, consoante a frequência por ele recomendada. O médico necessita de verificar se o cálculo continua em movimento e se os seus rins continuam a funcionar corretamente.

Os cálculos renais ou uretrais devem ser tratados se causarem sintomas ou se clinicamente assim se justificar. Existem três formas comuns de remover cálculos: litotrícia por ondas de choque (LEOC ou SWL - shock-wave lithotripsy), uretroscopia (URS - ureteroscopy) e nefrolitotomia percutânea (NLP). A melhor opção de tratamento ativo para si depende de muitos aspetos, devendo todos estes aspetos ser discutidos com o Doente sendo que a litotrícia extracorpórea tem perdido espaço para as cirurgias cada vezes mais precisas e menos invasivas.

Certifique-se que bebe 2,5 a 3 litros de água todos os dias, beba uniformemente durante todo o dia; escolha bebidas neutras em pH, como água ou leite; monitorize a cor da sua urina (deverá ser clara); beba ainda mais se viver num clima quente ou praticar muito exercício físico. Isso ajudará a equilibrar a sua perda de fluidos.

A dieta é um fator preponderante para prevenir a formação de novas pedras e ate para a dissolução das já existentes. Dependendo da sua situação individual, o seu médico poderá recomendar que adapte a sua dieta. É importante discutir o seu caso em pormenor e centrado no seu tipo de cálculo que geralmente tende a formar, sendo por isso extremamente importante a análise sempre que possível de alguma pedra que expulse ou seja removida cirurgicamente. Existem, contudo, alguns aspetos generalistas que todo e qualquer doente formador de cálculos deverão ter em conta como sejam: ter uma dieta equilibrada e variada, ingerir muitos vegetais; fibras e frutas (especialmente frutas cítricas); tentar ingerir mais alimentos com baixo teor de oxalato, como ovos, lentilhas, arroz branco, maçãs descascadas, uvas, couve-flor, abóbora; certificar-se de a dieta contém uma quantidade suficiente de cálcio (cerca de 1.000 miligramas por dia). No que diz respeito aos suplementos de cálcio, deverá consultar sempre o seu médico.

Deverá ainda reduzir a quantidade de sal na sua dieta (não mais do que 3 a 5 gramas por dia), não ingerir demasiada proteína animal, especialmente carne de animais jovens. Em vez disso, ingerir sobretudo mais proteína vegetal, encontrada, por exemplo, no abacate, couve-flor ou ervilhas. A manutenção de um peso saudável é um aspeto a ter em conta (o seu Índice de Massa Corporal deve estar entre 18-25 kg/m2).


A forma destes cálculos assemelha-se à de uns chifres de veado à medida que crescem para preencher o interior do rim. Geralmente, a litíase coraliforme forma-se devido a repetidas infeções do trato urinário (ITU) com certos tipos de bactérias. Apesar de poderem atingir grandes dimensões, poderá desconhecer por completo que os tem, já que causam pouca ou nenhuma dor. A litíase coraliforme pode levar ao agravamento da função renal, mesmo sem bloquear a passagem de urina. Na maioria das vezes, os cálculos em forma de chifre de veado são o tipo de cálculo de estruvite/infeção.

Geralmente não! Vulgarmente, ouvimos um doente queixar-se de dor  lombar como dor renal mas na maioria das vezes não é de facto o que acontece. Geralmente estas dores são de origem músculo–esquelética e não têm propriamente a ver com a dor de origem renal.

A dor de origem renal, causada por infeção ou por outro motivo como  por exemplo as pedras, é uma dor sentida na região lombar, que não tem geralmente posição de alívio (posição antiálgica) e que muitas vezes irradia para a região anterior, podendo inclusivamente o doente referir irradiação para a zona da virilha (testículo no homem e vagina na mulher). Esta dor pode ainda ser acompanhada de febre, náuseas e/ou vómitos.

Durante um episódio de cólica renal, os sintomas normalmente incluem  dor violenta extrema de início súbito, em que o doente nega qualquer posição antiálgica. A dor geralmente começa de repente causando irritação e obstrução. Tipicamente, a dor tem a localização lombar ipsilateral com por vezes irradiação anterior para a virilha ou abdómen. O aparecimento de sangue na urina, náuseas e / ou vómitos é também frequente.

Não necessariamente. O doente pode desenvolver pedras, e até  atingirem um tamanho importante, que apenas sentirão sintomas, se essas pedras bloquearem parcialmente a passagem de urina, e assim desencadear dor. Essa dor, essa cólica é também relacionada com a forma, tamanho e a localização da pedra.

As pedras formam-se quando há um desequilíbrio entre certos  componentes químicos urinários, tais como cálcio, oxalato e fosfato. Alguns destes componentes químicos promovem a cristalização, enquanto outros inibirem-na. Um tipo menos comum de pedra é causada por uma infeção no trato urinário, este tipo de pedra é chamado de estruvite ou pedra de infeção. Menos comuns são as pedras puras de ácido úrico. Muito mais raro é o caso do tipo hereditário de pedras de cistina e ainda mais raros são aqueles ligados a outras doenças hereditárias.

Por múltiplas razões, o número de doentes com pedras nos rins tem vindo a  aumentar ao longo dos últimos 20 anos. Apesar do número de doentes com pedras ser maioritariamente do sexo masculino, o número de mulheres tem também vindo a aumentar. O clima, a reduzida ingestão de água, as dietas ricas em sal desempenham um papel importante na formação de pedras no sistema urinário e posteriormente o aparecimento de cólicas renais. Existem também certos alimentos que podem promover a formação de pedras em pessoas mais suscetíveis. Existem também fatores como a história familiar ou pessoal, como por exemplo existência de determinadas doenças, infeções urinárias de repetição, que podem constituir um fator de risco para a formação de pedras.

Sim isso é verdade. É claro que existem determinados aspetos como por  exemplo, doenças familiares, alterações anatómicas, ou antecedentes de cólicas renais em idade precoce que constituem um factor de risco para o desenvolvimento de pedras nos rins. Claro está que por isso o desenvolvimento de pedra pode ocorrer e o doente não ter qualquer sintoma, até o primeiro episódio de cólica renal.

O Raio x e a ecografia são exames que nos dão informações importantes  sobre a existência de pedras ou não, mas existem outros nomeadamente o TAC que nos permite não só diagnosticar e localizar com grande precisão os cálculos como também poder programar um eventual tratamento se for caso disso.

Temos de diferenciar dois tipos de doentes, o doente em situação  urgente/aguda com quadro de cólica renal e aquele em que não se encontra em situação aguda em que se pode programar o tratamento, podendo em ambos os casos, passar por uma cirurgia ou por tratamento médico.

Aqui temos a tecnologia ao lado da Urologia, ou seja, a vulgar cirurgia  aberta para remover pedras, praticamente, salvo raríssimas exceções atualmente já não se pratica. Atualmente através da uretra, bexiga, uretra e rim chegamos a pedra, ou diretamente através de um orifício com 2 cm chegamos diretamente ao rim quando estamos a falar em pedras em um tamanho superior a 2/ 3 cm.

A discussão com o seu Urologista é fundamental para planificação do  seu diagnóstico, tratamento e adoção de um estilo de vida que não potencie quer o crescimento das pedras já existentes, quer a formação de novos cálculos. A adoção de uma dieta adequada, ingestão hídrica abundante, evitação da ingestão de alimentos ricos em oxalato, como vegetais de folhas verdes, nozes, chá ou chocolate devem ser aspetos a ter em conta.

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