O calor intenso do Verão, o aumento da transpiração com o exercício físico e a baixa ingestão de água ou líquidos são considerados dos principais responsáveis pelo aumento do risco de formação de cálculos renais (“pedra nos rins”).
“Pedra nos rins” é um dos problemas mais comuns que levam o doente a procurar o urologista. Cerca de 15-20% da população mundial apresenta cálculos renais, contudo a grande maioria dos doentes consegue eliminar espontaneamente com a urina.
O rim é um órgão que funciona basicamente como um filtro do nosso sangue, tendo como função principal a de eliminar as impurezas do nosso organismo. Fazer algumas alterações na dieta e beber água regularmente, assim como observar a cor da urina são medidas simples que podem evitar ou alertar para o problema. Manter uma hidratação ideal pode evitar a formação de “pedras no rim”. Uma forma simples de monitorizar a hidratação ideal do nosso organismo é observarmos a cor da urina. Quanto mais transparente ou clara estiver, melhor; se a urina estiver mais escura ou concentrada pode ser sinal que o corpo precisa de mais líquidos para manter-se hidratado e assim evitar a formação de cálculos renais.
A população deve adotar medidas para cuidar e preservar a saúde dos rins. A dieta considerada ideal inclui essencialmente o aumento de ingestão de líquidos e sumos citrinos, associado à diminuição do consumo de sal nos alimentos (restaurantes e fast-food). A quantidade ideal de água varia de pessoa para pessoa. Em regiões expostas a climas mais quentes, o ideal será o consumo de aproximadamente 2 litros de água por dia. As refeições diárias devem ser sempre equilibradas, conter frutas e legumes e evitar os fritos e carne vermelha. Especial atenção deve ainda ser dada ao consumo de marisco, uma vez que estes alimentos apresentam um alto teor de ácido úrico, podendo também este factor levar à formação de cálculos. Não menos importante, e ao contrário do que muitas pessoas pensam, uma dieta pobre em cálcio pode aumentar o risco de formação de cálculos. Em resumo, uma pessoa deverá ter uma vida normal com uma boa ingestão de água e uma dieta balanceada e equilibrada, usando sempre o bom senso.
A maioria dos pequenos cálculos não apresenta quaisquer sintomas. A chamada “cólica renal” surge apenas quando existe alguma obstrução ao fluxo de urina, na maioria dos casos em situações de obstrução do ureter (o canal que faz a ligação entre o rim e a bexiga). A dor intensa da cólica renal, muitas vezes comparada à “dor do parto” é frequentemente acompanhada de náuseas e vómitos, podendo em algumas situações ser confundida com outras doenças abdominais. A dor que não cede com a medicação, a febre e arrepios de frio ou a diminuição do volume de urina são os principais sinais de alarme para a necessidade de tratamentos urgentes. Com o início desta sintomatologia é aconselhável que o doente procure um urologista para tratamento adequado, de forma a evitar infecção urinária grave, danos na função renal ou mesmo perda do rim. O tratamento depende de vários aspectos, desde a localização ao tamanho das “pedras” ou mesmo às alterações das análises de sangue. Esse tratamento pode ser geralmente conservador, aguardando a eliminação espontânea dos pequenos cálculos na urina, podendo em alguns casos ser necessário usar a litotrícia extra-corpórea ou cirurgia com laser para fragmentação de cálculos maiores.
“As pessoas são responsáveis e inocentes em relação ao que acontece com elas, sendo autoras de boa parte de suas escolhas e omissões.”
Lya Luft